quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Treinamento


Desde muito tempo se vêm repetindo que "A planificação do treinamento desportivo é antes de tudo o resultado do pensamento do treinador" (Forteza, 1999). Este pensamento deve estar o mais distanciado possível de toda improvisação, integrar os conhecimentos em um sistema estrutural e organizado e mais perto da ciência e tecnologia.

Para Bompa (2001), o programa anual é uma ferramenta que norteia o treinamento atlético. Ele é baseado em um conceito de periodização, que, por sua vez, se divide em fases e princípios de treinamento. O conhecimento existente sobre a planificação esportiva, assim como o controle do treinamento, é algo que não escapa a nenhum profissional (ou pelo menos não debería ser ignorado).

É igualmente certo que treinadores que trabalham na área de rendimento esportivo aplicam este conhecimento de forma fundamentalmente artesanal e individual (Feal e col, 2001), por outro lado, parece indiscutivel a obrigação inerente a todo treinador de pôr em prática seus conhecimentos de forma acertada, com o fim de programar o treinamento dos atletas, ademas de recolher a máxima informação possivel que se desprende do processo de treinamento e integrar todo ele para tirar conclusões que permitam melhorar o rendimento de seus atletas.

O principal objetivo do treinamento é fazer com que o atleta atinja um alto nível de desempenho em dada circunstância, especialmente durante a principal competição do ano com uma boa forma atlética (Bompa, 2001).

Os conceitos da planificação para Sancho, J. A. (1997) citado por Forteza (2000) são os seguintes:

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A planificação não intuitiva, não pode ser na sorte. Pelo contrário, tem que seguir um processo, deve como se falou em alguns momentos, planificar-se.
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Os objetos devem estar de acordo com os problemas e necessidades, devendo aqueles estabelecer-se e determinar-se claramente. Pelo contrário se corre o risco de planificar um processo encaminhado para algo diferente de que realmente se precisa para o primeiro dos casos e sem saber para que no segundo.
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As metas, os objetos e em última instância os fins devem ser alcançáveis, realistas (o que não exclui uma certa ousadia e um certo nível de risco).
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A planificação é um processo sequencial e logicamente ordenado, não se desenvolve tudo, simultâneo e nem caprichosamente.
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A planificação está imersa no meio ambiente, não podendo nem desprezar nem trabalhar a margem do mesmo.
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Toda planificação pressupõem uma troca efetiva com respeito a situação existente de como se começa.
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Se planifica para a execução. Não pode se falar de verdadeira planificação, o trabalho exclusivamente teórico sem intenção de por em prática, deve portanto existir vontade de fazé-la efetiva.

Forteza considera que a planificação do treinamento desportivo é a organização de tudo o que acontece nas etapas de preparação do atleta, é então o sistema que interrelacionam os momentos de preparação e competição. Nessa definição deixa aberto o problema atual da planificação para o rendimento competitivo.

Estrutura e planificação são dois termos inseparáveis no processo de preparação desportiva, mas são diferentes.

A estrutura é organização que adotará o período de tempo tanto de treinamento como de competições. A estrutura do treinamento tem um caráter temporal, portanto, considera um início e um fim do processo de preparação e competições e estará determinada fundamentalmente por:

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O calendário competitivo que considera o número de competições, a frequência, o caráter e a dispersão ou concentração das competições em um período de tempo dado.
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A organização e dosificação das cargas, que considera se estas serão diluídas ou concentradas, a concepção que se adote no caráter da carga, quer dizer, a proporcionalidade entre as cargas gerais e as especiais.
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As direções de treinamento, objetos de preparação que considera as direções determinantes do rendimento (DDR) e as direções condicionantes do rendimento (DCR).

A estruturação do rendimento desportivo é hoje por hoje uma das principais condições para obter um resultado esportivo em qualquer esporte.

"Uma perfeita estruturação do treinamento garante não só a obtenção de resultados no âmbito mundial se não ademais procura assegurar a longevidade esportiva de nossos atletas..."(Forteza, 1999).

A paternidade de uma teoria científica e ainda válida ainda que com profundas modificações sobre a estrutura e planificação do rendimento se devemos ao Russo I. Matveiev. Se atualmente existem diferentes conceitos sobre qual estrutura de treinamento é melhor e que todas elas partem da proposta inicialmente pelo russo Matveiev desde os anos 60, considerando os pioneiros Kotov, 1916, Grantyn, 1939, Letunov, 1950, Ozolin, 1949, Gorinevski, 1922 e Pinkala, 1930.

Para analisar qualquer estrutura atual do treinamento é necessário partir da formulada por Matveiev e conhecida mundialmente por periodização do treinamento.

- Periodização e planificação são conceitos diferentes: a periodização é a estrutura temporal e a planificação é a integração do processo de obtenção do rendimento .

O objetivo deste estudo é demonstrar dentro de uma revisão de literatura as diferentes estruturas de periodização pedagógica do treinamento desportivo


2. A periodização do treinamento desportivo

A forma geralmente concentrada da preparação dos atletas é a organização do treinamento através de períodos e etapas.

A periodização é um dos mais importantes conceitos do planejamento do treinamento. Esse termo origina-se da palabra período, que é uma porção ou divisão do tempo em pequenos segmentos, mais fáceis de controlar denominados fases (Bompa, 2001).

Esta forma de estruturas o treinamento desportivo tem como seu idealizador o russo Matveiev sendo criada nos anos 60 durante até nossos dias.

Baseados nos ciclos de supercompensação, criados pelo Austríaco Hans Seyle e modificado pelo grande bioquímico esportivo o russo Yakolev, Matveiev idealizou a periodização do treinamento apoiado em avaliações estatísticas do comportamento em atletas de diversas modalidades esportivas da Ex. União Soviética nas décadas dos anos 50 e 60.

Esta periodização fundamentava a premissa de que o atleta tem que construir, manter e depois perder relativamente a forma esportiva no largo dos grandes ciclos anuais de treinamento (Matveiev, 1961, 1977, 1981, 1986).

Desta forma a periodização do treinamento desportivo pode ser entendida como uma divisão organizada do treinamento anual ou semestral dos atletas na busca de prepará-los para alcançar certos objetivos estabelecidos previamente, obter um grande resultado competitivo em determinado ponto culminante na temporada esportiva, ou seja, obter a forma esportiva através da dinâmica das cargas de treinamento ajustadas ao seu ponto máximo em esse momento (Dick, 1988, Mc Farlane, 1986).

Estas três fases de aquisição, manutenção e perda temporal da forma esportiva se transformou em um âmbito mais geral nos três grandes períodos do treinamento desportivo ao saber: período preparatório, competitivo e transitório (Ozolin, 1989) ou seja:

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O período preparatório é relativo a aquisição da forma esportiva.
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O período competitivo é relativo a manutenção da forma esportiva.
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O período transitório é responsável pela perda temporal da forma esportiva.

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